Pois
bem, um artista britânico, chamado Jamie McCartney, criou um trabalho que
consiste em 400 moldes de gesso de vulvas!!
“Não é vulgar, é vulva!”
O trabalho não é apenas uma curiosidade provocadora e controversa,
mas um chamado para importantes questões socioculturais envolvendo o corpo
feminino. A
obra descrita como "Os Monólogos da Vagina na escultura" destina-se a
mudar a vida das mulheres, para sempre.
E esse é o principal questionamento levantado pela obra de Jamie,
que nos faz repensar os preconceitos acerca do corpo feminino e
desmistificá-los. A sexualidade da mulher, vítima histórica de repreensão,
demonização e censura, é exposta a nu através de uma honesta retratação
natural, sem maquiagens plásticas de perfeições imaginárias.
A genitália feminina tem sido relegada à censura
ou à fantasiação de um modelo perfeito e inexistente, assemelhando-se à
aparência pré-púbere e consolidando o mito da ninfa. Dessa maneira, a
sexualidade da mulher é negada a ela mesma e permitida apenas quando mostrada
de maneira submissa e direcionada a um observador masculino. Ela existe em
função do outro, daí a inquietação e o desconforto com a aparência dos lábios.
Isso nutre uma vergonha em relação ao próprio corpo, influenciando
drasticamente o comportamento e o modo de vida dessas mulheres.
A exposição de Jamie McCartney proporciona ao público a oportunidade de perceber que não existe um único modelo padrão de genitália. Não existe a vagina perfeita. E as mulheres deveriam parar de se preocupar com isso e retomar as rédeas de seu próprio corpo e sexualidade!!!